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Parlamento do Reino Unido aprova lei para legalizar suicídio assistido

Votação considerada histórica pela mídia britânica teve 314 votos favoráveis e 291 contrários. Proposta vale para adultos terminais com até seis meses d...

Parlamento do Reino Unido aprova lei para legalizar suicídio assistido
Parlamento do Reino Unido aprova lei para legalizar suicídio assistido (Foto: Reprodução)

Votação considerada histórica pela mídia britânica teve 314 votos favoráveis e 291 contrários. Proposta vale para adultos terminais com até seis meses de vida e agora segue para a câmara alta britânica, a Câmara dos Lordes. Entenda o que é suicídio assistido O Parlamento do Reino Unido aprovou, nesta sexta-feira (20), um projeto de lei para legalizar a morte assistida, abrindo caminho para a maior mudança social do país em uma geração. A votação teve 314 votos favoráveis e 291 contrários, em um resultado considerado histórico pela imprensa britânica. A proposta, chamada “Adultos Terminalmente Doentes (Fim da Vida)”, permite que pessoas com doenças terminais, mentalmente capazes e com expectativa de vida inferior a seis meses, possam ter o direito de escolher encerrar suas vidas com ajuda médica. A medida coloca o Reino Unido no caminho de países como Austrália, Canadá e alguns estados dos Estados Unidos, onde a morte assistida já é permitida. Os defensores afirmam que a lei proporcionará dignidade e compaixão às pessoas que sofrem, mas os opositores temem que pessoas vulneráveis possam ser coagidas a acabar com suas vidas. Parlamento britânico aprova lei para suicídio assistido CARLOS JASSO / AFP O projeto ainda será analisado pela Câmara dos Lordes, casa alta do Parlamento britânico, onde deve passar por meses de discussão. Apesar da possibilidade de alterações, é improvável que os lordes — que não são eleitos — bloqueiem um projeto aprovado pela Câmara dos Comuns. O governo trabalhista do primeiro-ministro Keir Starmer manteve-se neutro em relação à legislação, o que significa que os políticos votaram de acordo com sua consciência, e não seguindo as linhas partidárias. Starmer já havia declarado ser favorável à permissão da morte assistida. Pesquisas apontam que a maioria da população britânica apoia a proposta. A sessão desta sexta-feira foi marcada por discursos emocionados e relatos pessoais. A aprovação acontece dez anos após a última rejeição do Parlamento ao tema. Pessoas protestam contra o suicídio assistido CARLOS JASSO / AFP O texto final aprovado passou por mudanças. No projeto original, era exigida autorização judicial. A nova versão prevê uma avaliação por um painel formado por um assistente social, um juiz sênior e um psiquiatra — mudança que críticos veem como flexibilização. A deputada trabalhista que propôs o projeto, Kim Leadbeater, afirmou que a legislação ainda oferece algumas das proteções mais robustas do mundo contra a coação de pessoas vulneráveis. Centenas de manifestantes a favor e contra a legislação se reuniram em frente ao Parlamento na sexta-feira para acompanhar a votação pelo celular. Os favoráveis cantavam “minha decisão, minha escolha”, segurando cartazes com as frases “minha vida, minha morte” e fotos de parentes que disseram ter morrido com dor. Os contrários à legislação seguravam cartazes com as frases “vamos cuidar, não matar” e “matar o projeto, não os doentes”.