Tarifaço de Trump: secretário se diz 'confiante' para acordo com a China; Pequim diz que EUA 'são a parte mais ansiosa'
Nesta quinta (1º), mídia estatal chinesa afirmou que os Estados Unidos estão buscando 'proativamente' a China para discutir as tarifas, voltando a negar que ...

Nesta quinta (1º), mídia estatal chinesa afirmou que os Estados Unidos estão buscando 'proativamente' a China para discutir as tarifas, voltando a negar que o país tenha procurado Washington, como dito pelo presidente americano, Donald Trump. O ssecretário do Tesouro, Scott Bessent, e o secretário do comércio, Howard Lutnick, no Salão Oval da Casa Branca. Anna Moneymaker / Getty Images via AFP O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou em entrevista ao canal Fox Business Network, nesta quinta-feira (1º), que está confiante de que o país e a China chegarão a um acordo sobre tarifas. "Estou confiante de que os chineses vão querer chegar a um acordo. E, como eu disse, este será um processo de várias etapas. Primeiro, precisamos reduzir a tensão e, com o tempo, começaremos a nos concentrar em um acordo comercial maior", disse. A guerra comercial entre China e EUA começou com as tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump em 2 de abril. Ele aumentou as taxas sobre produtos importados de mais de 180 países, mas depois recuou. Após uma série de retaliações, a China é o país mais impactado, com tarifas de 145% sobre os produtos que entram nos EUA. Os asiáticos responderam com tarifas de 125% sobre as importações dos EUA. Apesar das declarações otimistas sobre um acordo, Bessent reafirmou as acusações contra Pequim. Ele afirmou que os Estados Unidos vão "derrubar as barreiras comerciais desleais da China", que "a economia chinesa está desacelerando substancialmente" e que a situação "pode ser devastadora". Trump afirma que tarifas sobre produtos da China vão diminuir substancialmente Como começou rivalidade entre EUA e China, acirrada por guerra comercial de Trump Trump diz que contração da economia dos EUA não tem a ver com tarifaço: 'Sejam pacientes' Na semana passada, em entrevista à revista "Time", Trump afirmou que recebeu uma ligação do presidente da China, Xi Jinping, para discutir a guerra tarifária entre os países. Ele mencionou que seu governo está em negociação ativa com os chineses para chegar a um acordo comercial que evite o tarifaço. O governo chinês negou imediatamente estar em conversações sobre tarifas com o presidente americano e afirmou que os EUA deveriam "parar de criar confusão". A mídia estatal chinesa declarou, em seguida, que é Washington que está buscando "proativamente" a China por "múltiplos canais" para discutir as tarifas. "Do ponto de vista da negociação, os Estados Unidos são atualmente a parte mais ansiosa. O governo Trump enfrenta múltiplas pressões". Na terça-feira (22), Trump afirmou que um acordo com Pequim poderia "reduzir substancialmente" as tarifas impostas pelos EUA sobre a China e indicou que o acordo final não ficará "nem perto" das taxas atuais. Ele acrescentou, no entanto, que "não será zero". A disputa comercial — que, segundo Trump, é uma retaliação por práticas comerciais injustas — abalou os mercados e aumentou os temores de uma recessão global. Questionado sobre o tarifaço e as consequências para a economia americana — que levou Trump a se tornar o presidente dos EUA com pior aprovação aos 100 dias de mandato em 80 anos —, Bessent minimizou. "A incerteza nas tarifas diminuirá a cada dia, a cada semana. A incerteza estratégica é a tática de negociação de Trump". Assim como seu chefe, Bessent também pediu que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) reduza as taxas de juros do país. "Estamos vendo que as taxas de dois anos estão agora abaixo das taxas dos fundos do Fed, então isso é um sinal do mercado de que eles acham que o Fed deveria fazer cortes", afirmou. O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, em 2019 REUTERS/Kevin Lamarque/Foto de arquivo